Esta pergunta ronda minha cabeça desde criança e por vezes achei que com certeza tinha a resposta, mas com o passar do tempo a gente vai aprendendo que as coisas não são bem assim, embora muita gente possa achar estranho a minha forma de falar, é preciso ir até o fim do texto para perceber que essa pergunta não pode ser respondida de forma simples e direta como sempre possamos ter aprendido.
Ir para o céu como se diz de forma popular, para falar da salvação, não é uma prerrogativa desta ou daquela corrente religiosa e sim daqueles que recebem e vivem o evangelho, de maneira plena, tendo um real arrependimento de seus pecados e deixando as práticas condenadas por Deus em seus mandamentos e ensinamentos bíblicos.
Afirmar que esta ou aquela corrente religiosa é a privilegiada, que está certa ou errada é apenas um julgamento baseado em nossas convicções, ou seja: toma-se uma regra, compara um comportamento e define-se uma sentença: céu ou inferno. O próprio Jesus foi enfático ao ensinar que não nos cabe julgar, e na parábola do Joio e do Trigo, nos ensina que na seara do Reino, há muito joio no meio do trigo e que a separação não pode ser feita durante o cultivo e sim na colheita, onde cada um terá a sua destinação.
Outro fator a se considerar é que nenhum ser humano pode ter a audácia de tentar encontrar os limites do amor, do perdão e da misericórdia de Deus, ou mesmo de sua justiça. Ao colocar linhas divisórias à luz da sua própria e limitada interpretação bíblica ou de sua denominação religiosa, o que muitos homens tentam fazer e até ensinar isso, mas é pura usurpação de uma condição não humana de ter o poder de definir com certeza quem ganha o céu, quem é e quem não é salvo. Esse poder em nenhum momento foi dado por Deus a ninguém no âmbito humano.
Cabe também considerar que o que separa ou une o homem a Deus é a forma que ele se relaciona com os seus pecados, como vive os mandamentos e as doutrinas bíblicas fundamentais, e nesse campo, nenhum ser humano pode se declarar sem pecado.
Pecado é pecado e por si só separa o homem de Deus. Não há uma tabela de classificação de pecados leves médios e graves, muito embora muitas pessoas até pensam assim, e agem como se os pecados morais e os visíveis fossem mais graves e assim vivem tentando justificar suas convicções e seus pobres julgamentos.
É muito provável que uma pessoa que se acha “proprietária” de um espaço no céu pelos seus anos de prática e frequência a sua igreja, seja ela qual for, e que aponta outros como herdeiros diretos do inferno, possa estar justamente por isso cometendo o sério pecado da arrogância e egoísmo, deixando de lado o cuidado restrito e necessario de sua própria vida, sem se preocupar mais em continuar a proclamar o evangelho de Cristo. Prega apenas uma religião tendo como alvo aqueles que nao pertencem a sua igreja, muitas vezes enganando a si mesmo. Ao agir dessa forma, deixa de atender uma das principais determinações de Cristo que é o Ide e pregai o evangelho a toda a criatura, e difundir o amor de Cristo, isso sim pode lhe custar muito caro no final.
É Importante enfatizar que a bíblia é clara em dizer quais tipos de pessoas não herdarão o reino dos céus, e nisso cremos, mas devemos porém ter o cuidado na amplitude que essas práticas atingem, porque normalmente achamos que nenhum desses comportamentos pecaminosos acontecem em nossa denominação, o que é pouco provável, já que as igrejas são muito atentas aos pecados morais e tolerantes com pecados de caráter, que normalmente são de foro íntimo, de difícil mensuração e de rara exposição pública.
Antes de qualquer conclusão, o principal a se dizer é que Jesus Cristo morreu na Cruz para resgatar o pecador e pagou o preço pelos seus pecados. Mesmo que uma pessoa esteja totalmente enquadrada nos princípios condenatórios sob a nossa visão como falíveis seres humanos, o arrependimento e a confissão de pecados é de foro íntimo e do relacionamento pessoal com Deus, e que um ser humano pode alcançar em seus últimos minutos de vida como ocorreu com o ladrão na cruz ao lado de Cristo, que mesmo quando todos que conheciam sua vida provavelmente poderiam dizer: Que pena, com a vida que este levou, vai direto para o inferno, mas Jesus com seu coração cheio de amor, demonstrando isso, mesmo na morte iminente, lhe disse: Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso.
A nós, não nos cabe julgar, fomos comissionados a pregar o evangelho a toda criatura, e a todo tempo, independente da sua prática religiosa. Sim, inclusive para as pessoas de nossa igreja. O Evangelho é a boa nova de salvação que produz a verdadeira paz, traz alívio do fardo e tranquilidade aos aflitos, e a nós cabe levar cada dia essa mensagem para que o viver em Cristo possa produzir diferença em vidas, famílias, comunidades, cidades e até em países, pois o verdadeiro fruto do evangelho não é fazer números para esta ou aquela denominação e sim para expansão do Reino de Deus.
Quanto a quem vai para o céu ou para o inferno, não nos cabe dizer. Pregue o verdadeiro evangelho a todos, todos os dias, pois a palavra de Deus não volta vazia e produz bons frutos em quem ouve e se arrepende. Quanto aos outros, Deus cuida de julgar e dar o destino final a cada um segundo seu amor, misericordia e justiça!
Pr. Eroni Fernandes
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Meu pensamento é muito parecido, quem somos nós para falar e julgar erros ou pecados, se hora ou outra acabamos falhando, mesmo assim Deus esta pronto a nos perdoar em virtude do nosso arrependimento.
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Prezado irmão, muito bem colocado. Achei que poderia gerar mais polêmica, mas creio que não, por ter tirado ou desviado o dedo da “ferida”. Não é tão simples afirmar que será salvo, pelos mistérios da Graça. Mas podemos dizer quem ficará de fora, à luz de Ap 21:8 e 22:15. Além disso, em Ap 18:4, uma voz do céu diz: “sai dela povo meu”, avisa Ele, referindo se a Babilônia religiosa que estará imperando por ocasião da volta de Jesus. Entende se que lá há um povo dEle.
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Prezado irmão, muito bem colocado. Achei que poderia gerar mais polêmica, mas creio que não, por ter tirado ou desviado o dedo da “ferida”. Não é tão simples afirmar quem será salvo, pelos mistérios da Graça. Mas podemos dizer quem ficará de fora, à luz de Ap 21:8 e 22:15. Além disso, em Ap 18:4, uma voz do céu diz: “sai dela povo meu”, avisa Ele, referindo se a Babilônia religiosa que estará imperando por ocasião da volta de Jesus. Entende se que lá há um povo dEle.
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