Quem não concorda com a forma que a igreja investe o dinheiro deve parar de contribuir?

É a reação mais comum nas pessoas quando não concordam com a forma de gasto ou investimento dos recursos da igreja: quererem deixar de contribuir para sua igreja.

Uma coisa importe para se analisar antes de tomar essa decisão, é entender que a contribuição e as finanças, figuram como uma das mais importantes ligações entre o lado espiritual (Organismo) e o lado material da igreja (Organização). Vejamos: Quando a pessoa contribui, o ato de fé e de adoração de fazer isso é um ato espiritual. A partir do momento que a contribuição é registrada no livro caixa e na contabilidade da igreja, entra em cena o mundo material onde a instituição assume a responsabilidade de gerir bem os recursos, claro que com zelo pelos seus atos, respeitando a origem dos recursos, mas são puramente administrativos e sujeitos ao estatuto da instituição., mas também  de acordo com a visão da liderança e sua assessoria.

Qualquer análise ou decisão deste assunto também deve ser feita de forma separada: O contribuir, dentro dos preceitos bíblicos que é naturalmente ensinado na igreja e a aplicação do recurso, ao que normalmente se dá uma transparência na maioria das instituições mas que chega a ser até é meio nebulosa sob determinados pontos de vista em outras e por isso este deve ser o maior objeto desta análise.

Qualquer instituição é organizada com base em um estatuto social, da legislação do país e de preceitos morais que devem garantir aos seus membros e principalmente aos contribuintes a total transparência de seus dados financeiros e contábeis e isso garante a todos, o direito de acesso a informações da instituição em que faz parte e se de alguma forma houverem impedimentos a isso, há a proteção legal a esse direito.

O que normalmente acontece é que no ambiente igreja é fácil usar a boa fé das pessoas e não dar esclarecimentos ou fazer as prestações de contas e ainda se pode tomar decisões sem a transparência necessária usando esse mesmo mecanismo. Dessa forma, as coisas aparentam transparentes pois dificilmente alguém fica lendo o estatuto ou fazendo cobranças de mais transparência em uma igreja.

Um exemplo de transparência do mundo dos negócios que a maioria das igrejas não chegam nem perto é que sociedades que congregam interesses de pessoas diversas, as chamadas sociedades anônimas, prestam contas publicamente de seus números, publicando-os em jornais, disponibilizando balanços e informações financeiras em seus sites, submetendo-se a auditorias externas e ainda algumas mantém pessoas dedicadas a prestar esclarecimentos de seus atos aos interessados. Apesar de serem mundos totalmente diferentes, não vejo nenhuma razão para que uma instituição religiosa séria possa adotar algumas dessas práticas em nome da transparência, seriedade, do cuidado e do respeito com os seus contribuintes, até como obrigação moral, mesmo que seu estatuto não a obrigue a isso.

Muitos diriam: Mas nos temos uma prestação do contas em uma assembléia geral, temos também um conselho fiscal, obedecemos o estatuto, etc., então é importante avaliar se a transparência é séria e verdadeira, ou relativa e apenas cumprimento de obrigação. Para entender isso, avalie apenas esses três pontos:

  • O parecer do conselho fiscal nos últimos 5 anos: há alguma ressalva, recomendação ou apontamento que possa criar alguma exigência de melhoria no que está sendo feito, ou é aquele jargão comum de aprovação, quase cópia uns dos outros. Digo com conhecimento de causa que se isso acontece, o conselho fiscal pode estar sendo apenas uma comissão pró-forma e que dificilmente daria opinião contrária ao que está sendo feito, embora tenha poderes para isso;
  • Os dados financeiros e contábeis apresentados na assembléia geral de forma resumida, são disponibilizados de forma eletrônica ou impressa, com mais detalhes para análise dos interessados, principalmente de forma antecipada a votação de aprovação da assembléia? Muitas vezes o estatuto legalmente não exige isso, mas numa igreja a regra moral é de bom grado estar acima do legal e o estatuto sempre define o limite mínimo, não o máximo a se fazer.
  • As votações de aprovações importantes em assembléia, são feitas de modo que facilite a expressão da vontade dos membros ou se usa alguma forma que constrange qualquer manifestação contrária do tipo os favoráveis permaneçam sentados e os contrários se levantem?

Enfim, a transparência é o nível de cuidado e respeito que a instituição deve dar aos recursos oriundos de fonte incomparavelmente nobre que é a contribuição de fé e expressão de fidelidade de seus membros e que por isso se deve dar o maior nível de respeito e cuidado na forma de se lidar, controlar e principalmente na boa gestão desses recursos que como primazia devem ser destinados ao cumprimento daquilo que é missão da igreja e da expansão do reino de Deus.

Mas a pergunta inicial ainda está aberta e respondo: Nunca deixe sua fidelidade a Deus ser contaminada por possíveis erros dos outros, caso você tenha dúvidas ou possa achar que não há transparência suficiente ou que os recursos não estão sendo bem investidos, continue contribuindo, mas também faça uso seu direito de ter o real conhecimento dos detalhes e exija as informações ou mais detalhes, é seu direito como membro e contribuinte, independente do valor. Se pessoalmente possa ser constrangedor, faça isso por e-mail, o site de sua igreja normalmente tem os contatos e tenho certeza que a grande maioria de Pastores que são homens sérios e tementes a Deus terão o maior prazer de prestar-lhe todos os esclarecimentos para que você continue contribuindo, feliz, fiel com Deus e com sua igreja.

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