Quando o tradicionalismo é colocado acima da missão da igreja

A tradição e o tradicionalismo possuem ambiente fértil nas igrejas, principalmente aquelas compostas de pessoas mais simples. O fortalecimento dessas correntes de pensamento tem como consequência a sufocação da missão e a perda de foco da igreja, dando-se mais valor aos conceitos da tradição que a real finalidade de ser igreja, que é acolher pessoas e não, sacralizar práticas.

O escritor Charles Swindoll define tradição como as indéias vivas dos que já morreram e o tradicionalismo como as idéias mortas dos que ainda vivem. Essa é uma das melhores e mais claras definições para se avaliar o prejuízo para a igreja quando correntes de pensamento apenas tradicionalistas tornam-se dominantes, porque no extremismo se desconectam da realidade, repelem a renovação e oprimem aqueles que pensam diferente. Obviamente que para justificar essa posição, usam a riqueza da interpretação bíblica para sustentar suas teses, rotular pessoas de rebeldes, modernistas até afasta-los da sua igreja por inviabilidade de convivência, mas esquecem da principal ordem do Senhor: Ame seu próximo como a ti mesmo!

Muitos pastores e líderes estão vivendo e agindo no automático e dentro dos paradigmas que sempre respeitaram, e que eram viáveis no passado e impõem regras fundamentadas em interpretação literal e simplória da bíblia, mas sem nexo na realidade, valorizam demasiadamente a tradição, mais até que doutrinas bíblicas, criam confusão entre uma coisa e outra e com isso sufocam a missão em nome da pretensa preservação das raízes da igreja e consequentemente geram um fardo para as pessoas de bem que buscam algo melhor para sua prática de fé e para o bom andamento da igreja.

Os resultados dessas práticas aparecem com a consequente saída de pessoas, desconforto de muitos e feridas em outros. O mais popular e pobre argumento que usam para justificar e defender essa linha de ação é tão anti-bíblico que chega afrontar um dos maiores princípios do evangelho, que são a paz e alívio do fardo: Sustentam suas idéias dizendo que para servir a Deus é necessário renúncia, sofrimento, dor, etc., e usam a simplicidade e inocência das pessoas para impor-lhes medo, usando suas posições de liderança, poder do cargo e até versículos bíblicos descontextualizados para subjugar os incautos fiéis. É claro que o evangelho é renúncia, mas ao pecado contra as doutrinas bíblicas e não a costumes antigos  sacralizados, ou a formas de vestir-se e ninguém discute aqui decência, porque para ser decente não precisa nem ser cristão, é da moral da propria sociedade! O caminho é estreito, mas não na forma de vestir, forma de cantar, práticas do dia a dia ou maneiras de fazer as coisas e sim na dureza se viver renunciando a si mesmo e as tentações carnais e do inimigo, todos os dias e todas as horas,  e vencer a tudo para ao fim, ter o caráter de Cristo fundido ao seu e naturalmente fazer diferença onde vive e no que faz.

Quem não atenta  para a prática do amor verdadeiro de Cristo e aceita dispensar pessoas da igreja por algumas práticas banais, somente porque contrariam apenas suas convicções tradicionalistas, realmente precisa conhecer mais a história e o valor da Cruz de Cristo!

Homens que assim agem, podem estar na posicão que estiverem, são instrumentos de satanás para sufocar a missão da igreja e prestar um desserviço ao Reino de Deus e darão conta a Deus por cada pessoa que deixou-se ir pela sua má e insistente interpretação do que é pecado e da defesa de suas convicções acima da principal doutrina do cristianismo e da vida pastoral que é ir atrás da ovelha perdida e não de expulsar do resil as ovelhas feridas!

A defesa mais futil que fazem dessas posições é que não se pode perder a identidade da igreja, que sempre foi  assim, que isso não se muda, etc. O interessante que esses mesmos defensores esquecem que o perfil evangelizador e motor do crescimento da igreja que realmente deve ser sua identidade relevante já se perdeu, que os gastos e investimentos e esforços não são mais no crescimento, ou na área do exercício da sua missão principal, e nisso já se mudou tudo e ninguém perde o sono ou reaje contra, então, a quem serve quem defende manter as tradições inóquas e aceita sufocar a missão evangelizadira e acolhedora da igreja, a Deus ou ao Diabo?

As raízes a serem preservadas devem ser aquelas que são essencialmente doutrinárias, as quais jamais deve-se afastar ou sequer negociar ou aliviar suas práticas. Agindo assim  a Igreja cresce saudável e triunfante, fazendo diferença em vidas, cidades e países, mas se forem coisas de tradicionalismo e conceitos apenas de cabeças cauterizadas pelas idéias mortas do passado, a igreja prossegue esvaindo-se de talentos, perdendo membresia, machucando pessoas, criando traumas e na melhor hipótese, abastecendo outras igrejas com seus membros que saem,  machucados e rotulados de rebeldes.

Líderes que assim agem, prosseguem levando a igreja com sua caminhada cega e estéril, perdendo jovens e envelhecendo sua membresia, seguindo rumo a um doloroso e indesejado fim que certamente só se dará em outras gerações que eles nem estarão aqui para sentir a gravíssima consequência de sua teimosia!

É doloroso ver isso para quem tem amor ao evangelho, e ja viu isso acontecer na Europa e na América onde muitas igrejas que morreram  e estão morrendo e se vê que esse caminho etá sendo trilhado cegamente por muitas igrejas. Resta a esperança que a obra é de Deus e ele pode do alto de sua soberania promover mudanças contra a imprudência de homens antes chamados por ele, mas que a sua posição os elevou como homens a um status superior ao seu chamado, e perderam a vocação. Que Deus tenha misericórdia para que eles não ultrapassem o limite da graça e caiam em desgraça, pagando um preço alto demais e desnecessário, caso não se arrependam a tempo.

Pr. Eroni Fernandes

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