As estruturas religiosas da atualidade, na ânsia de crescer numericamente e arrebanhar pessoas estão desapercebidamente criando um ídolo à imagem e semelhança de Deus que atenda o querer dos homens e criando uma idolatria obscura entre seus fiéis porque servem a um “deus” que só se parece com o Todo Poderoso.
O que é verdadeiramente ser um idólatra? É em palavras simples e diretas, adorar algo ou alguém como um deus, dedicando-se a ele em devoção contínua.
A história nos mostra que por razões diversas, a humanidade a cada ciclo de tempo formata deuses conforme seus entendimentos, desviando-se de ter de servir em fidelidade ao Deus verdadeiro e assim adaptando esse deus a seus desejos e necessidades mais diversas.
Desta vez a estratégia inteligente do inimigo é não confrontar as figuras de ídolos e formas já literarizadas na bíblia pelas quais a religiosidade convencional já tem rejeição e sim usar as próprias estruturas já consagradas para forjar um deus que possa parecer-se muito com o Deus Verdadeiro, ser cultuado no mesmo ambiente e enganar a todos.
Para executar seu intento, a estratégia do diabo não é que os homens construam bezerros de ouro, imagens, estátuas em praças públicas, ou monumentos, mas sim usar o conceito coletivo do sagrado e a estrutura religiosa, para que de forma sutil, mas muito bem regida pelo diabo, formate um “deus” como um “produto” que seja bem aceito pela sociedade atual, derivado de partes conhecidas ou desvirtuadas do Deus verdadeiro que interessam e cabem nessa estratégia diabólica.
Nesse cenário, como se fosse uma mágica, de forma gradual e quase imperceptível às pessoas e igrejas sem discernimento, tudo vai se consolidando e fortalecendo na crença e devoção nesse deus irreal e logo, todos passam a servi-lo porque tudo é mais conveniente e menos custoso que servir ao Deus verdadeiro.
Para que tudo seja completo e perfeito nesse plano maligno, o processo é certificado porque na grande maioria dos casos, a “lâmpada mágica” é friccionada pelos próprios líderes da igreja e assim gera credibilidade e atende aos interesses das pessoas, das denominações e da indústria deturpada da religião. Esta é a pior forma de idolatria que já se inventou até hoje!
Mas que deus é esse que inventaram? Vejamos algumas características:
- Um deus que não é para ser servido, mas que serve, que as pessoas buscam e até exigem dele o que precisam e o que querem receber: milagres, riquezas, prosperidade material, benesses, conforto, poder, etc.
- Um Deus cujas obras são direcionadas a coisas terrenas e não celestiais, são só para a atualidade e não para a eternidade, para os homens e não para o Reino de Deus;
- Um deus conivente com o pecado e a perversidade do ser humano, sem se enojar da podridão moral do povo e tolerar até mesmo perversões de líderes religiosos;
- Um deus cujos profetas são apenas videntes, que de cima de púlpitos profetizam falsidades esperadas pela sua platéia, como prosperidade, milagres e bênçãos, produzem movimentos vazios e tudo o que o povo gosta de ver, participar ouvir, não revelam pecados nem os caminhos tortuosos do povo nem de seus líderes.
- Um deus cujos sacerdotes não precisam de vida de renúncia, consagração, unção ou espiritualidade condizente, mas são executivos da instituição, prezam por poder e dinheiro, e se alçam a posições de sub-deuses da sua denominação, venerados ou temidos por seus liderados ou mesmo de seus campos de atuação ministerial ou zona de influência, tornando-se ilusores-mor do povo e assim se parecer com igreja de verdade e fortalecer ainda mais a estratégia diabólica dessa idolatria moderna;
- Um deus cuja missão principal da igreja já não é mais a evangelização e o discipulado em Cristo, mas um intenso ativismo religioso, festas, eventos e cerimoniais que servem apenas ao seu próprio povo e seus interesses, como que o isso fosse apenas uma diversão religiosa que não traz a paz nem a transformação que é a essência do evangelho;
- Um deus cuja igreja não investe em pessoas nem em estratégia de expansão do Reino de Deus, mas em prédios, imóveis, mega projetos e que a estrutura das denominações servem a projetos de homens, apenas travestidos de igreja para enganar continuamente e continuar vilipendiando o povo;
Afinal, um deus que se parece muito com o Deus verdadeiro, um deus que usa a mesma bíblia, mesmos templos, mesmas denominações, estruturas eclesiástica, nomenclaturas, ritos, púlpitos, mas com uma leve diferença, é um produto de massa que como saído de uma lâmpada mágica do tempo foi se desenhado com os atributos que os homens desejam e assim “esmerilharam” do Deus verdadeiro, as partes que não seriam interessantes a essa estratégia diabólica para formar um deus virtualizado, um ídolo do jeito que os homens querem e aceitam.
Esse Deus não existe! É uma falsidade tal qual ou pior que o bezerro de ouro, porque usa uma forma inteligente de engano e é potencializado pelo benefício moderno da virtualidade.
Ainda é tempo, voltemos ao evangelho, ao Deus verdadeiro que realmente faz tudo que esse ídolo formatado faz e ainda muito mais, pois ele é o todo poderoso, Senhor dos Senhores, Fiel, Justo e Santo, mas também requer de nós duras renúncias, também estar disposto a servi-lo e obedecê-lo em integridade de coração, ter uma vida santa, reta e dedicada a sua causa e submisso a sua lei. Isso é Evangelho, isso é bíblia mas é também para quem ainda quer o céu e a eternidade com ele, o Deus verdadeiro.
Pr. Eroni Fernandes