EBD é muito boa, ruim é o que “não fazem” para melhorar sua qualidade.

A escola bíblica dominical (EBD) nas igrejas sempre foi um instrumento fenomenal de ensino, crescimento, desenvolvimento e fortalecimento da fé, mas o tradicionalismo, a falta de cuidado, de técnicas e de adaptabilidade aos tempos atuais, somados, estão transformando-se em um esforço silencioso e inconsciente para acabar com a EBD em muitas igrejas.

Elencamos aqui alguns motivos de alcance específico das igrejas para justificar essa afirmação:

  • A EBD tem por objetivo edificar a igreja através do ensino bíblico, atentando para as necessidades da igreja local e não pode ser uma rotina dominical da igreja para vender lições ou ser um mercado para editoras, que via denominação, interesses comerciais e lucros, ditam a regra de como e o que as igrejas devem fazer, e o que devem estudar, sem dar-lhes oportunidade nem flexibilidade de produzirem seu próprio material ou escolherem a temática a ser ensinada a seus alunos conforme suas necessidades;
  • O uso de lições padronizadas para o país inteiro, com datas determinadas das aulas, sem levar em conta as características, perfil, recursos e necessidades da igreja local e sem flexibilidade no programa, obrigam as igrejas ensinar algo que não lhes é prioridade em detrimento de assuntos necessários. Esse engessamento está matando a EBD em muitos locais e produzindo carências de ensino em coisas básicas da vida cristã;
  • É a única escola que ainda divide classes, entre homens e mulheres, por e idade e não por nível de conhecimento, o que fazia sentido no puritanismo social do século passado, mas não faz mais na atualidade já se tem técnicas melhores para isso e infelizmente, a maioria das igrejas nem se percebem por qual razão ainda fazem isso em pleno século XXI;
  • O dia e horário da EBD foi estabelecido em uma época de um país rural e a igreja tinha um público específico, a família convivia a semana toda junta e tinha tempo para irem todos à igreja aos domingos, muito diferente de hoje, mesmo assim as igrejas insistem em não criar alternativas mais aderentes às condições e ritmo de vida da atualidade. Esqueceram que as famílias tem muito pouco tempo juntas e que sobrou apenas parte do Domingo para o descanso e talvez o único almoço em família na semana. Como muitas delas não são dadas a respeitar horários, invadem o tempo de convivência da família e estes assim optam em ficar em casa;
  • A qualidade de muitas aulas é sofrível porque pouco ou nada se treina os professores nas mínimas técnicas de ensino e ainda usam a EBD para dar atividades a obreiros e pessoas que não tem talento para tal ou que não se esforçam para dar o mínimo de atratividade à sua aula e tornando-a enfadonha e sem atratividade;
  • A escala de professores não se dá por domínio de assunto ou conhecimento do tema e sim por conveniência de agenda ou outros motivos, gerando situações de muitas aulas que o professor não tem afinidade nenhuma com o assunto, não estuda e faz quase uma leitura da lição e passa conteúdos adicionais irrelevantes;
  • A insistência em temática de perfil muito teológico, de pouca aplicação na vida prática e que fazem pouco sentido para a vida prática da maioria do povo que carece de conhecimentos básicos e pragmáticos, facilitam a decisão de não ir à EBD para muitas pessoas;
  • A falta de estrutura mínima nas igrejas e do uso de recursos didáticos e audio visuais mais modernos e adequados, colocam a igreja comparativamente em desvantagem a aquelas pessoas acostumadas em sua vida, seu trabalho, faculdades e escolas que lhes criaram outros parâmetros no conforto ao aprender, isso causa cansaço e desânimo mesmo que inconsciente nas pessoas;
  • A insistência em manter uma liturgia demorada, ritos, chamadas, relatórios, que muitas vezes não tem proveito nenhum, ou nem se sabe por quais razões se faz isso, mas continuam tomando um tempo precioso do ensino e das pessoas;

É claro que já se tem bons exemplos de alternativas e soluções em muitas igrejas que deixaram de lado a tradição e priorizaram suas necessidades e estão obtendo ótimos resultados, mas infelizmente estamos muito longe de superação do tradicionalismo, quebras de monopólios de produção de lições, uso conteúdos alternativos, enfim, da EBD realmente servir aos interesses e necessidades da igreja local que tanto necessita e não a interesses de terceiros ou mesmo da EBD ser morta pela falta de atenção e criatividade dos responsáveis por promover mudanças para não deixar minguar essa escola que tanto resultado já deu para o crescimento da igreja no Brasil.

Pr. Eroni Fernandes

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2 comentários em “EBD é muito boa, ruim é o que “não fazem” para melhorar sua qualidade.

    1. Em min ha cidade, Matinhos Pr. A EBD que era domingo pela manhã das 09:00 á 12:00, ou seja 3 horas de ensino, passou para quinta feira a noite das 19:30 ás 21:00, ou seja, 90 minutos para ensinar uma lição maravilhosa, Ensinar? Quero dizer “ler”, pois nesse tempo a professor que não é capacitado, e ainda pego pelo laço, um dia antes, só faz ler a lição. Uma pena.

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