Quando a cantina denuncia a falta de foco da igreja na sua missão!

Hoje, em muitas igrejas é prática comum ao final de um culto de domingo, se ter a opção de aproveitar e passar na cantina e comprar algo ou mesmo participar de outras promoções e assim cooperar com alguma atividade da igreja.

Antes que apareçam pessoas com “crentices” falando que é errado comércio na igreja e tals, o assunto aqui não tem nada a ver com  isso e sim com a finalidade que se destina a arrecadação da cantina que muitas vezes simplesmente está ofuscando a falta de foco na verdadeira missão da igreja na aplicação correta dos recursos de dízimos e ofertas.

Vejamos como exemplo, alguns desses motivos de arrecadação que normalmente vemos:

• Após o culto, passem na cantina da igreja e adquira um delicioso pastel, uma pizza, refrigerante, etc., e contribua com o evangelismo da igreja;
• Comprando roupas no bazar, ou salgadinhos na cantina você contribui com a obra missionária;
• Ajude o departamento infantil a comprar materiais para as salas das classes das crianças levando um delicioso bolo para sua casa após o culto
• arrecadações para jovens, senhoras, EBD, etc.

Não há mal nenhum em fazer promoções para arrecadar recursos para as causas da igreja. O que é inconcebível é que os recursos do seu caixa, oriundos de dízimos e ofertas sejam direcionadas para tantas outras coisas e para atividades que são o núcleo de sua missão, sua razão de existir, necessite de minguados recursos de arrecadações de cantinas e promoções.

Em contrapartida, não é de se estranhar nessas mesmas igrejas, encontrar líderes com ganhos incompatíveis com a realidade financeira dos membros, carros de luxo fora do padrão aceitável pela comunidade contribuinte, viagens turístico “missionárias” que se gastam altas somas para pastores e esposas, investimentos em prédios que estrangulam o caixa da igreja por anos seguidos, enfim, parece que esquecem que o dinheiro de dízimos e ofertas não é um recurso qualquer e que sua destinação também não pode se dar ao bel prazer humano.

Da mesma forma não se compreende porque o sustento de missionários sempre depende de um caixa de arrecadação paralela e raramente uma igreja usa recursos de seu caixa principal para investir em missões. E assim são tratados também jovens, crianças e muitas atividades essenciais de ministérios e departamentos que se quiserem fazer algo seus líderes precisam criar seu próprio meio de arrecadação.

Mais espantoso ainda é nos mesmos locais com tais práticas, se ouvir sermões enfatizando que quem rouba a Deus é só quem não dizima! Será que quem consciente ou inadvertidamente desvia ou gasta esses recursos sagrados fora de suas finalidades essenciais não estaria fazendo pelo menos 10 vezes pior? E ainda, quem dará conta a Deus, das almas não ganhas, das pessoas não atendidas, das crianças não instruídas e dos jovens afastados?

Fatos como esses são atestados de falta de foco na missão da igreja, e com isso os recursos vem e vão para outras coisas e a igreja cada dia perdendo o seu real sentido de ser igreja, porque agir assim é cercear o seu crescimento por inanição de recursos que são canalizados muitas vezes para projetos que não geram resultados para o reino.

É importante dizer a todos aqueles abnegados que dispendem seus esforços para arrecadação desses valores, fazendo cantinas, promoções, que não desistam, que continuem fazendo, pois de uma forma ou de outra, a obra está sendo feita e aqueles que mesmo sob as dificuldades que a própria instituição lhes impõe, estão fazendo minimamente a missão da igreja, um dia estarão diante do Todo Poderoso para prestar contas, e ali se verá a diferença, pois não contarão escrituras, tijolos, concreto, luxos, carros ou viagens. Lá valerá mesmo os frutos gerados aqui na terra e principalmente aqueles traduzidos em vidas que foram transformadas pelo evangelho de Cristo!

Olha o pasteeeel!

Pr. Eroni Fernandes

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