Há um limite do bom senso entre honrar e bajular um pastor!

Há uma linha muito tênue entre honrar e bajular, por isso, grandes homens de Deus a exemplo de Cristo, sempre preferiram e preferem o anonimato a se expor ao risco de que uma má interpretação pareça uma bajulação pessoal e consequentemente uma tentação à fragilidade humana do orgulho e da auto-promoção, que não condiz com a vida de acordo com o evangelho e principalmente dentro do ambiente igreja.

Um Pastor deve ser o maior servo de uma igreja, estar muito próximo e ser parecido com as ovelhas. Jesus que era tão parecido com seus discípulos que Judas precisou dar um beijo, para distingui-lo dentre os demais. Hoje se um “Judas” precisasse distinguir um líder de uma igreja, talvez não teria dificuldade alguma, a maioria deles são a evidência do ambiente.

Pela importância das funções e dos cargos, é normal que se tenha distinção e sejam tratados com honra, mas algumas coisas que se vê, extrapolam o bom senso ou no mínimo suscitam dúvidas da necessidade ou da intenção de quem faz ,ou pior, quando isso é determinação ou orientação do próprio líder que “força” a honra para si, que na verdade é pura bajulação e a maioria dos liderados também entende assim e até usam outro termo jocoso, que obviamente não expressaremos aqui pelo respeito aos leitores.

Um líder de uma igreja, seja ele nominado de pastor, pastor presidente, bispo, apóstolo ou outro nome, deve dar exemplo pessoal do que significa servir, mas infelizmente, muito se vê, homens que parecem ser um mini-deus da igreja que por agirem assim e aceitarem como normal, retiram de si a verdadeira e sincera honra que mereceriam.

Expomos adiante algumas questões que podem soar até implicância de minha parte, mas fico sempre na dúvida se isso realmente é necessário e se realmente cabem no ambiente “igreja” onde as honras deveriam ser somente a Deus. A prática e cultivo exemplar da humildade e da renúncia são características básicas e fundamentais para um cristianismo verdadeiro e que certas coisas que acontecem, contrapõem em muito com a figura de um ministério de serviço, dedicação e anonimato, tal qual Jesus ensinou. Eis algumas questões, como questões para reflexão:

  • Nos cultos, cada pessoa que assume o microfone, precisa saudar o líder de forma distinta e individualizada, citando inclusive o cargo, nome, sobrenome detalhadamente em um ritual repetitivo. Isso pode ser até aceitável e natural em reuniões formais, mas em um culto a Deus, cabe isso?
  • A cadeira do líder precisa ser diferente das demais, evocando um “trono” especial para evidenciar a sua posição?
  • Não é exagero ter um quadro com foto do pastor líder em salas da igreja, gabinetes pastorais de liderados? Isso é necessário? A que isso contribui para a missão da igreja?
  • Toda e qualquer publicação ou divulgação impressa ou digital de qualquer congregação de um campo eclesiástico é necessário constar em destaque a foto do líder e muitas vezes acompanhado com a esposa?
  • Honrarias e cerimoniais para receber o líder, tal como todos ficarem em pé, ter musica especial, luzes, etc., são necessárias? Cabem no “ambiente igreja”?
  • Comemorações, festejos e cerimoniais retumbantes mas enfadonhos, com inúmeros convidados, políticos, envelopinhos com dinheiro de presente, etc., para comemorar o aniversário do líder, ou de sua esposa, da sua posse, ou outros motivos que sempre encontram para isso, precisa tanto assim? ; (veja nosso artigo sobre isso)
  • Estipulação de valores obrigatórios de contribuições para órgãos, departamentos e congregações que os expõe muitas vezes ao sacrifício financeiro para arrecadar presentes que muitas vezes ultrapassam o senso do cabível para o local e ocasião, é decente e ético acontecer em uma igreja?

Enfim, a instituição igreja é um instrumento importante para os objetivos da evangelização, mas por ser dirigida por homens podem gerar situações que contradizem com o mínimo do bom senso do que uma igreja deveria ser.

A esperança é que sempre há tempo para que esses homens despertem e que pelo menos tenham mais cuidados para evitar interpretações errôneas, pois é evidente que muitos deles são homens de Deus e que coisas como essas acontecem simplesmente por um hábito descuidado, mas que certamente prejudicam a sua imagem pelas diferentes interpretações podem suscitar em quem presencia tais situações. Cuidado e prudência nunca é demais, principalmente quando trata-se do cuidado do caráter de um homem e principalmente de um pastor.

Pr. Eroni Fernandes

INSTAGRAM: novosreformadores e eronifernandes

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