É madrugada e estou estudando e preparando o tema redes sociais para ministrar na escola dominical e me deparo com um post de um pastor que tem conceitos bastante ortodoxos e polemiza muito por defender como ele diz, a sã doutrina. Ele postou assim: Excluí os formadores de contenda de meu facebook.
Isso me levou a uma reflexão mais profunda sobre o assunto e realçou a visão de necessidade que os cristãos realmente precisam entender o que é o alcance de uma rede social, a responsabilidade e o que significa postar ou compartilhar algo.
As redes sociais são uma extensão pública e descontrolada de nosso testemunho de vida, só que com um detalhe: um alcance infinitamente maior que o testemunho na vida real, que não temos controle sobre ele, e que muitas vezes postamos, discutimos e polemizamos sem a consciência mínima do número de pessoas que são alcançadas e impactadas com o que fazemos.
Atitudes como excluir pessoas importunas das redes sociais é um direito de cada um, mas como cristãos e pastores principalmente, não sei se pela bíblia temos esse direito tão líquido e certo. Devemos obviamente agir como um Pastor, expressando o amor de Cristo através de nossas ações, tal como faríamos na vida real, mas com muito mais cuidado, atentando para poder de multiplicação pública do que fazemos em uma mídia de alcance ilimitado. Eu até confesso que já fiz isso em casos extremos, mas sempre após varias reflexões e tentativas de reversão.
Voltando ao caso em questão, este me levou a algumas questões:
– Se Jesus nos ensinou a amar até nossos inimigos, será que ao excluirmos várias pessoas de nossa rede social porque pensam diferente, ou nos confrontam, e ainda expor isso em um post, é uma atitude cristã, ou mais ainda, pastoral?
– Se caso fizermos isso porque é um direito nosso, não deveríamos faze-lo de forma discreta, em secreto e com dor de perder o alcance de pessoas a quem Jesus nos ensinou a amar e cuidar?
– Estamos conscientes de que amar, tolerar e perdoar as pessoas é um um ensino bíblico para todo cristão, mas no âmbito pastoral isso é um dever?
– Será que as pessoas que excluímos não são a figura da centésima ovelha ferida, que Jesus nos ensinou a dar importância maior ao cuidado dela nesse momento, deixando as 99 obedientes esperando o pastor voltar?
Uma rede social é nosso testemunho, e o que fazemos nela tem o mesmo reflexo de pecaminosidade ou mérito que aquilo que fazemos na vida real, e pior, é muito mais fácil sermos nós mesmos no mundo virtual porque por trás de uma tela, podemos estar expressando um comportamento que está intrínseco em nós, mas não temos coragem de exercê-lo na vida real. Concordam que isso expõe uma falsidade de caráter e que agir assim não é compatível com a vida cristã?
Convido-os a junto comigo, nos esforçarmos a dar mais amor e mais Cristo para que as redes sociais sejam um grande expediente de expressão da sua luz que está em nós, para que nossos seguidores, amigos e principalmente os “contendedores” que muitas vezes nem conhecemos, muito menos sabemos quais as razões e traumas que lhes ferem a alma, ao ver isso, sejam atraídos ao amor de Cristo e não repelidos pelo nosso gosto pela polêmica e a atração cega pelas curtidas e compartilhamentos. Isso massageia o nosso ego, mas é muito pouco para custar o risco de ferirmos alguém ou passarmos publicamente a falsa idéia do que é ser um Cristão.
Pensem nisso…
Pr. Eroni Fernandes
Que a paz dO Senhor Jesus esteja sempre convosco!
Eroni, certamente suas palavras são orientações de Deus para todos os irmãos ao publicar textos e msgs.
Brilhante, oportuno, exortante e maravilhoso.
Obrigado. Abraço.
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Verdade!!
Adorei!!
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