Talvez a questão principal não faça tanto sentido para os católicos pois têm certeza que o Brasil é um dos, senão o maior país católico do mundo. Por outro lado, os evangélicos já podem ter seus argumentos para justificar o predomínio do povo evangélico com um vultoso crescimento estatístico nos últimos anos.
A resposta para essa questão não é tão simples assim, cabe uma boa análise da essência, dos frutos, não apenas numérica, estatística ou conclusão tendenciosa de um lado ou outro, mas talvez a questão principal não seja essa e sim, o que ambas as correntes produzem ou contribuem para a atualidade e para a formação do futuro desta nação.
Mas, atendo-se à análise inicial, O Brasil é um dos países de maior número de pessoas de origem e tradição católica do mundo, isso sim. A grande maioria das pessoas que se dizem católicas não são praticantes, não frequentam missas, não participam de atividades da igreja, apenas cumpres ritos básicos da sua cultura religiosa católica romana, como por exemplo, a forma do batismo, igreja para casamento religioso e velório, etc.
Por outro lado a corrente evangélica já defende que tem crescido muito, que deixou de ser uma prática religiosa das classes mais baixas, está presente e meios políticos, na comunicação, no meio artístico, alcançou pessoas ilustres, etc., pode argumentar ainda que está presente de forma maciça em todo o país, que exporta missionários pelo mundo, etc., argumentos não faltam.
Talvez um argumento que favoreça o lado evangélico seria a suposição de alguns exercícios de prática efetiva da vida religiosa, que se perguntássemos a cada um dos que se dizem católicos ou evangélicos, qual a última vez que esteve na sua igreja ou de sua prática contínua, fatalmente o número de praticantes evangélicos superaria o de católicos, mesmo porque se todos os que se católicos fossem praticantes fossem para uma igreja, não existiriam assentos suficientes nas igrejas existentes, nem sacerdotes para atender todo o povo.
Isso seria uma tendência de vitória dos evangélicos? Obviamente que não! Pela tradição católica do país isso é tão natural, como ocorre a mesma coisa com os evangélicos em países de predomínio da cultura protestante. No Brasil de hoje, de forma muito mais acelerada, se produz anualmente um número absurdo de evangélicos não praticantes, os chamados desigrejados, que em um tempo futuro, as situações provavelmente serão equivalentes.
O que importa é que indiferente da corrente predominante, o evangelho que em essência, ambas pregam, deveria fazer mais diferença em nossa nação, produzir frutos dignos dessas estatísticas, e ser fator predominante para o processo de cura de uma sociedade doente. Pelo que tudo indica, somos ótimos em produzir estatísticas e péssimos em gerar os resultados a partir do evangelho vivido.
Hoje somos recordistas mundiais em assassinatos, acidentes de trânsito, violência contra a mulher, crianças, além de termos o péssimo selo de sermos uma das nações mais corruptas do mundo. Isso não se falando apenas de políticos e poderosos, e sim de uma nação da cultura enraizada do levar vantagem, sem nenhum filtro de moralidade e ética, da pirataria desenfreada, dos inúmeros gatos de luz e água, da TV pirateada, daqueles que recebem seguro desemprego trabalhando, sonegam impostos, recebem benefícios sociais sem causa, fraudam seguros, etc., enfim, uma nação moralmente doente que não condiz com o mínimo de resultados que o evangelho deveria produzir se o evangelho fosse realmente vivido pelas pessoas que as estatísticas indicam e que as igrejas exibem como sua fatia da população. Isso não é troféu nenhum para qualquer corrente religiosa. De nada valem os números se não produzir relevância na sociedade e a cura moral e ética que o evangelho vivido em verdade e prática produz. Se não tem frutos, isso é preocupante, passa a ser apenas números, mera estatística e não foi para produzir isso que Cristo se entregou na Cruz.
Claro que há muitos bons frutos produzidos por todas as partes do país, mas estamos falando que proporcionalmente, o impacto do evangelho deveria ser mais relevante, para assim produzir seu verdadeiro significado.
Nós evangélicos devemos nos espelhar como referência, em países onde o evangelho fez realmente diferença na cultura e ética da nação. Na Europa, por exemplo, em muitos países não precisa sequer de catracas nos metrôs e ônibus para garantir que todos paguem pelo seu transporte, porque a ética e a cultura de fazer o certo das pessoas faz esse papel. Algo impensável no Brasil. Este é um exemplo dentre tantas outras coisas, que são frutos dos impactos de que segundo estudiosos, é fruto de uma cultura religiosa baseada no evangelho, se colocada em prática, produz ao longo do tempo na cultura de uma nação, como aconteceu nos primórdios da estruturação da cultura e da sociedade de muitos desses países.
Obviamente que a educação também tem grande influência nisso, mas o evangelho tem o poder de produzir algo que dificilmente a educação consegue: A transformação interior do ser humano, o resgate do marginal para a sociedade, o senso da prestação de contas a Deus por seus atos, a consciência do pecado e o arrependimento, coisas que se realmente estivessem acontecendo no número de pessoas que as estatísticas apontam aqui no Brasil, já produziriam mais diferença, segurança, tranquilidade e paz social em nossa nação.
A bíblia diz: Vós sois o sal da terra, a luz do mundo! Então, se em uma nação com tanta estatística positiva de correntes religiosas, estamos vivendo tantos problemas por falta dos resultados que esse sal e essa luz deveriam produzir, é porque a luz não resplandece como deveria e o sal está insípido, e aí a mesma bíblia ensina: Não serve para nada, a não ser para ser pisado pelos homens, que é o que infelizmente muitas vezes vemos acontecer: pessoas e práticas que ao invés de ser sal da terra, envergonham, enxovalham e mancham o testemunho dos frutos do evangelho, de forma que a diferença que muitos fazem, é ofuscada e sequer levadas em conta.
Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Essa é a grande esperança onde o evangelho faz a diferença. Felizmente, o poder do evangelho verdadeiro ainda está vivo em muitos corações, independente da corrente religiosa, são, cada um de sua forma, desejosos de produzir frutos e muitos dão suas vidas para semear algo, que possa realmente produzir as mudanças que impactem essa nação e assim, sermos, em prática, efetividade e resultados, realmente o sal desta terra tão abençoada e a luz para esse mundo que tanto precisa de uma direção, tranquilidade e paz.
Pr. Eroni Fernandes
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