A Igreja Assembléia de Deus está menos espiritual porque está deixando os bons costumes?

Recentemente o então presidente da Convenção Geral das Assembléias de Deus, através de um vídeo que até viralizou na internet afirmou dentre de outras coisas que a igreja não é mais a mesma espiritualmente porque muitas coisas deixaram de acontecer como antes, que a igreja se afastou dos bons costumes, que bate palmas, faz isso, deixa de fazer aquilo e fecha o com o célebre e costumeiro encargo adicional às mulheres pelo vestuário, brincos, jóias, etc., e atribui a esses fatores a frieza espiritual na igreja atual.
Há muito tempo eu não via uma declaração pública tão infeliz e sem fundamentos bíblicos e lógicos como essa dada por uma pessoa que entende que representa toda a igreja no Brasil, o que particularmente entendo que isso não é a realidade porque por coisas como essa, há muitos anos a CGADB deixou de ter qualquer influência significativa sobre os destinos da igreja no Brasil.

Se uma igreja opta por adotar regras de usos e costumes locais ou regionais, tais como regras de vestuário e adornos, principalmente femininos e outros costumes adjacentes, isso é sua prerrogativa como instituição e poderá fazê-lo como queira sua liderança e seus estatutos. Uma instituição é livre para compor suas regras, seja religiosa ou não, e exigir essas práticas enquanto seu membro estiver em suas fileiras, e isso deve ser respeitado por todos, o que não se pode entender, que em pleno século XXI se associe isso ao estado de espiritualidade da igreja e principalmente a doutrina do pecado e salvação, e ainda para fortalecer  esses argumentos, se perverta o sentido bíblico de obediência, criando  temor e dominação em pessoas menos esclarecidas e contrangimentos  a aqueles que embora continuem fazendo parte da instituição, sabem que essas coisas nao fazem nenhum sentido.

Sempre foi compreensível esse entendimento da bíblia pelos pioneiros nos primórdios da igreja porque eram homens leigos e de pouca leitura, cujo entendimento era limitado a literalidade dos escritos e provavelmente ao acesso a uma única tradução da biblia. Ressaltando aqui que esses eram homens de Deus, dedicados exclusivamente a obra do Senhor e apaixonados pelo ide de Jesus, que agindo e vivendo assim foram responsáveis pelo grande crescimento da igreja a quem jamais poderemos atribuir qualquer culpa ou intenção diferente por essas práticas, o que já nao se pode pensar o mesmo na atualidade.

Realmente a igreja Assembléia de Deus não é mais a mesma, perdeu muito quando antes por exemplo presidentes da CGADB e ícones da igreja como José Pimentel de Carvalho, Paulo Leivas Macalão, Cícero Canuto de Lima, e tantos inomináveis outros deram a vida e seus recursos pela igreja e se preocupavam apenas com ela e sua missão e não com ganhos pessoais, de formar sua família uma dinastia no pseudo comando da igreja, nem o poder político que a qualquer função teoricamente represente, não tiraram proveito algum de suas posições, não formaram fortunas, não compraram apartamento em Miami, não se submetiam em disputas políticas e judiciais manchando a imagem da igreja, renunciavam tudo pelo evangelho e tanto mais que é público e notório. Já os pastores de igrejas focavam na evangelização e eles próprios evagelizavam nas ruas, colocavam seus poucos recursos na obra, não visavam conforto ou patrimonio pessoal algum, mas pregavam o evangelho, amavam almas e não eram meros gerentes da instituição igreja. Alem disso o que mais faz diferença na espiritualidade da igreja é que antes,  toda membresia tinha o hábito de orar a Deus sistematicamente e dioturnamente por horas e horas seguidas, e da mesma forma praticavam jejum e consagração como hábitos pessoais e não apenas programações coletivas; As pessoas frequentavam a igreja para um relacionamento com Deus, não apenas esperando receber algo dele;  O púlpito era um altar, e não por muitas vezes como vemos hoje ser usado como palco de cantores e pregadores; pessoas cantavam para adorar a Deus, não para apresentação pessoal ou vender CD’s, DVDs, ou divulgar seu trabalho; Obreiros eram consagrados para servir ao ministério e pelo seu chamado, não para seu campo ter votos a mais nas eleições convencionais; Ainda nessa época, ser crente era sinônimo de honestidade, seriedade e caráter ilibado, o que não podemos dizer o mesmo hoje. Estas mudanças sim influenciam no esfriamento da igreja porque dizem respeito ao relacionamento e intimidade com Deus, vida cristã verdadeira, lisura de caráter e vida espiritual intensa. Resumindo: Muito sal insípido e um país precisando da diferença que esse Sal realmente deveria fazer, um crescimento quantitativo e pouco qualitativo.

A Biblia é bem clara e simples ao dizer como se estreita o relacionamento com Deus: Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós, simples assim. Chegar-se a Deus não tem nada a ver com usos e costumes de uma igreja e muito menos o que as mulheres vestem ou usam, desde que sejam decentes e comedidas como deve ser a mulher cristã e sim tem a ver com ser uma pessoa que rejeita a atratividade do poder mundano, tem boas práticas de fé, caráter de cristão, longe dos pecados, sejam morais ou de caráter, vivendo em integridade,  tendo vida de oração e relacionamento com Deus que lhe permite estar sempre perto dele e ouvir a sua voz a todo instante. Isso sim faz uma igreja ser mais espiritual e acabar com qualquer tipo frieza que alguém possa lhe atribuir e principalmente ser propagadora de um avivamento tão necessário nos dias atuais, para inclusive trazer de volta a espirituaidade que revelava pecados ocultos e assim expelir de seu meio o pecado a até trazer a clareza homens pecadores que se valem dessa frieza espiritual da igreja para permanecer no seu meio e até tirando proveito dela e de um povo simples que é a grande maioria dos membros dessa denominação que tanto amamos e que tanta história fez em nosso Brasil e tanta diferença faz para a sua evangelização.

Concluindo: Realmente deixamos para trás muitos bons costumes da evangelização, da oração, do caráter, da renúncia pessoal, de foco na missão, de agentes do Reino de Deus, etc., isso sim que afeta a espiritualidade da igreja atual.

Nota: Este artigo não tem nenhuma ligação fatores políticos da CGADB . Tem a ver com o que é ser igreja e bíblia. Aliás tenho aversão a política eclesiástica, que há muito passou dos limites éticos e cristãos.

Pr. Eroni Fernandes

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