Transformação não se compra em loja, é o resultado da mudança do caráter que evangelho produz na vida de quem decide servir a Cristo de verdade. Isso é demonstrado no caráter e não pode ser reduzido apenas numa forma de se vestir!
Não é nada contra as lojas que tem nesse estilo como seu negócio. A estas aliás, os homens devem agradecer, por trazerem elegância e estilo que muitas vezes libertam suas esposas, namoradas, filhas e amigas, das combinações horrorosas das repetitivas saias, blusas vestidos e seus cabelos despontados ou os famosos coques, sem falar das quase incombináveis botas ou as ridicularizadas saias longas, usadas indiscriminadamente de qualquer jeito por quem não tem noção de estilo.
Para não se ter má interpretação do contexto, cabe enfatizar que é responsabilidade de uma igreja, pregar, ensinar e lutar pela preservação da decência, da moral e de um caráter ilibado de seus fiéis, mas isto está longe de ser o simples fato de se obrigar o uso de um estilo de vestir-se, como por exemplo as saias, que muitas vezes admitem-se como ser isto o ser correto e santo, mesmo com muito mais exposição de partes sensuais de seus corpos, que é exatamente a essência do que os textos bíblicos buscam inibir, mas na tradição, o pecado é visto inocentemente apenas em uma calça comprida, porque de maneira até inocente, entenderam ser isso que a bíblia chama de “veste de homem”.
A chamada moda evangélica é na realidade um extremo que se chegou no culto ao exterior, como testemunho e representatividade da fé das pessoas, principalmente da mulher. O que deveria ser apenas uma forma decente e contextualuzada das mulheres cristãs se vestirem, por uma interpretação parcial e literal de textos bíblicos, é cultivado até hoje pela tradição da religião, como sendo elemento de salvação e isso elevou o estilo de se vestir da mulher ao ícone que representa o que é ser evangélico, quando na realidade isso é uma consequência de um interior permeado por Cristo que consequentemente reflete no exterior e testemunha em alto e bom som, o que se é como cristão, mas sem perder a elegância e a beleza da mulher e sem impor-lhes esse enorme fardo.
Na verdade essa é uma grande barreira para o desenvolvimento do evangelho nos dias atuais em igrejas que sublimam seu potencial de crescimento. É barreira porque a primeira impressão que se tem é que se um casal se converte, o homem fica elegante no seu terno, blazer e até gravata, mas a mulher, devido a visão de conservadores, o falso conceito de vaidade e até mesmo, certo machismo disfarçado em entendimento bíblico, elas precisam passar por um processo “downgrade de estilo” que muitos em uma jocosidade extrema chamam até de “embagulhamento”, para poderem ser aceitas na igreja.
Enquanto o evangelho for representado por essa pobreza de interpretação e muitos tiverem o entendimento que salvação tem a ver com o estilo de se vestir apenas, ou enquanto se despreza a necessidade de priorizar a mudança de caráter e o testemunho pleno, como valores primordiais do cristianismo, continuaremos tendo uma sociedade sedenta da transformação, que só Cristo produz, mas contentando homens que elevaram seus conceitos retrógrados acima da importância dos frutos verdadeiros que o evangelho deve produzir e, ao invés de serem agentes do Reino de Deus, transformaram-se em obstáculos ao seu crescimento, mas defensores ferrenhos de suas convicçoes pessoais descontextualizadas.
Pr. Eroni Fernandes