Entre um altar e um palco há uma grande e incompatível diferença.

O quanto desaprendemos o que significa louvor e adoração na igreja tem produzido situações e práticas que certamente faz Deus revirar a face para não receber o "mau cheiro" daquilo que deveria ser o verdadeiro louvor e adoração a ele.

Os cânticos em suas mais diversas formas vem se transformando no vilão do tempo dos cultos, preenchimento de espaços vazios, cumprimento de ritos litúrgicos, apresentação artística, comércio e até em expressão de verdadeiras heresias cantadas, deixando assim de ser uma das mais belas formas de louvor e adoração que o homem pode expressar a Deus.

O louvor e a adoração não estão apenas no fato de uma música ter belas palavras cantadas, gestos emocionados ou até lágrimas, e sim, são o resultado do conjunto das palavras da música, da sinceridade de coração, da consciência e intenção do que se faz e expressa e principalmente, como mais um profundo e sincero ato de um vida cristã que tem um relacionamento íntimo com Deus.

Tecnicamente, e conceituado de forma simples e direta, Louvor é quando se exalta Deus pelo que ele faz e a Adoração quando o exaltamos pelo que ele é. Claro que isso é mais profundo,  mas o objetivo aqui é a reflexão das outras formas que não deveriam ter nenhum ou quase nada de espaço em um culto e na vida cristã ou que precisam ser extirpados das práticas cristãs ou ganhar novamente o seu real sentido tais como:

Cânticos Rituais: Hinos cantados com o cérebro e não com o coração. As igrejas que possuem seus hinários tradicionais onde a repetição ao longo dos anos resultaram na memorização das letras, e pornisso a indução das pessoas a cantarem de forma automática e instintiva tal qual quem dirige seu carro, usando apenas registros da memória, chegando ao objetivo mas com pouquíssima meditação no sentido e conteúdo da letra, a ponto de até nem se saber o que significa o que se canta, como por exemplo, quantos que cantam há anos e não sabem o significado do "soltar o cabo da nau", tão cantado em um hino clássico de muitas igrejas, que cantando dessa forma, além de não louvar a Deus em sinceridade de coração, perdem de desfrutar do profundo significado que o autor colocou nessas palavras usando como base uma ilustração.

Musica motivacional: Letras e ritmos que usam o nome de Deus e textos bíblicos, as vezes descontextualizados para proferir palavras de ordem, determinar vitórias, estimular a emoção e até mesmo formar uma fé distorcida que busca em Deus, uma fonte benefícios próprios, fé material ou prosperidade. Este formato de música representa o declínio e a deterioração do que deveria ser o louvor a Deus, a ponto que se fossem cantados em palestras motivacionais seculares produziriam o mesmo efeito que na igreja. Isso é o espaço de adoração em cultos e o sentido do louvor transformado em algo estéril e antropocêntrico (o homem como centro).

Cânticos de apresentação pessoal: Principalmente em igrejas que ainda mantém os cânticos avulsos, que grupos e pessoas se enfileiram para cantar, tomam o horário do culto, que muitos fazem disso seus momentos de glória pessoal e não um ato de cultuar. Isso está se transformando em  momentos de satisfação de desejos de apresentação pessoal, oportunidade para os "artistas de plantão" dar seu showzinho particular na igreja sem atentar ao real sentido do que fazem e do ambiente que estão e ainda , se não tiverem a oportunidade, reclamam veementemente e até fazem escândalos. Quem age assim precisa realmente entender que o púlpito da Igreja é altar, não é palco! 

Cânticos Comerciais: O crescimento do meio evangélico criou um mercado interessante para a música gospel e isso fez dos cultos e eventos o melhor lugar para vender esse produto. De maneira até inocente e desavisadas, muitas igrejas se colocaram a serviço desse mercado e seus púlpitos, a vitrine onde desfilam pessoas em busca de seu espaço, expondo publicamente seu "produto" diretamente ao seu público. Não generalizando para não cometer injustiça com os cantores íntegros e sinceros, muitas vezes nessas situações, acontece que Deus, o louvor e a adoração, acabam sento apenas temática donproduto e nas segundas ou terceiras intenções contidas nesse ato mercantilista de cantar na igreja.

Heresias cantadas: Como pouco se tem ocuidado  de filtrar antecipada e rigorosamente o que se canta, é comum ter músicas na igreja que além de serem estéreis, são verdadeiras heresias que afrontam doutrinas básicas da bíblia, mas que passam desapercebidas das pessoas, que levadas por uma melodia atrativa e frases de efeito, as transformam em hits no meio da igreja, como se fosse tudo verdade e adorassem a Deus. A mais célebre corrente dessa linha de cânticos é a que coloca o homem no centro de tudo e Deus é um mero servo deste, que existe para dar-lhe bens, vida boa, atender seus desejos pessoais, fazer milagres e não como o Soberano e todo poderoso Senhor e criador do universo. Algo altamente herético, mas que provoca frenesis espiritualizados nos desavisados que vão a igrena na busca desses enganos.

Teríamos mais a relacionar, mas Isso é apenas um alerta porque já passou da hora  hora de sermos mais cuidadosos e termos seriedade e zelo no trato da coisa sagrada, com a fé das pessoas e sua prática. Num culto, o único louvado, adorado e cultuado deve ser o Senhor, quem canta, permite cantar ou orienta e ensina a área musical da igreja precisa estar alerta ao conteúdo e a forma do que se canta, porque hoje muita coisa está desagradando a Deus que ao invés de adorá-lo e prestar-lhe um culto, é a pior expressão de desvio de finalidade e inversão de valores daquilo que deveria ter de especial em um culto: o louvor e a adoração unicamente ao grande e glorioso Deus a quem também adoro ao escrever palavras para exaltá-lo aqui.

Pr. Eroni Fernandes.

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2 comentários em “Entre um altar e um palco há uma grande e incompatível diferença.

  1. Se pulpito é altar, por que o dicionario da nossa língua portuguesa diz que é “lugar alto, de onde fala um orador; tribuna, estrado”???? Se o sr. considera o púlpito um altar, esta dizendo que a Biblia esta errada? Esta dizendo que o que a Bíblia diz não é correto? “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” – Atos 17:24. Ou seja, nada que foi feito pelas mãos de homens pode ser chamado de altar. Altar é onde Deus habita. E toda vez que o palco é chamado de altar,, Jesus é colocado na cruz de novo, pois o sacrifício é ignorado. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Coríntios 3:16. EU SOU O ALTAR. EU SOU O TEMPLO. EU SOU A MORADA DE DEUS. O ALTAR SOU EU e não um monte de concreto! Palco é um estrado ou tablado destinado às representações, fixo ou móvel, e que pode apresentar diversos formatos, de acordo com a localização da plateia. Nas igrejas, praças, auditorios, teatros, etc tem é um palco! O ALTAR SÃO AQUELES QUE ESTÃO EM CIMA DO PALCO!!!

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    1. É pena que sua literalidade e a vontade oi necessidade de expor conhecimento lhe cegaram e em nenhum momento se permitiu a avaliar a verdadeira abordagem do texto!
      Recomento-lhe que do alto de seu extremo conhecimento e distinta sabedoria, dê-se um tempo para reler e captar a mensagem do texto, complemente-se estudando a figuricidade aplicada em textos e artigos, às variáveis aplicáveis ao sentido das palavras e principalmente, os vários sentidos aplicáveis a palavras na lingua portuguesa e se permita sair a literalidade cega para a análise inteligente se um texto e ver que seu verdadeiro sentido e objetivos tem muito mais riqueza que o olhar cego a uma possível interpretação literal de algumas palavras dele!

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